O primeiro filme que ele viu no cinema foi Procurando Nemo.
Desde pequeno o cinema o encantava, e aquilo virou seu objetivo de vida: contar histórias. Costumava elaborar DVDs caseiros inclusive nessa tentativa. Até que começou a escrever, e lá encontrou o seu meio de realiza-lo - seus "argumentos" de criança são um território engraçado de adentrar, cada ideia que tinha... as poesias mais ainda. O tempo passou, virou pré-adolescente, então adolescente, então se formou na escola, e quando viu era hora de tomar uma decisão muito importante. Entrou na faculdade. Aos poucos a vida adulta foi chegando, ele foi se descobrindo, e descobrindo mais essa sua paixão - o cinema. Aquele garoto, que gostava de super-heróis e que passou a assistir a filmes de terror, seu novo gênero preferido, descobriu o drama, e foi Cinema Paradiso que o fez perceber que era aquilo que ele queria para a vida.
Mal sabe ele o que está por vir. Mal sabe ele que um dos gêneros que menos gosta vai se tornar seu gênero preferido - musical. Que ele vai realmente assistir àqueles filmes mais perturbadores do planeta, do seu canal preferido, o Getro, já que agora ele tem maturidade para tal. Ele pode às vezes se tornar um cinéfilo chato, mas mesmo que critique tanto o MCU, ele ainda vai assistir à todos filmes de herói que saem no cinema - na verdade, Homem-Aranha 2 e X2 entram na lista de filmes preferidos dele. Ele mesmo, que ama a filmografia do Lars Von Trier e se identifica com a Amélie Poulain. Ah, com sua ânsia de contar histórias, ele com certeza adoraria encontrar uma caixinha de lembranças em seu rodapé e, talvez, não se sentir mais sozinho nessa jornada. E quem sabe escrever um roteiro sobre essas lembranças que encontrou.
E após assistir à todos indicados ao Oscar e (geralmente) vencer o bolão de apostas, ele volta a falar sobre cinema com os amigos, seja sobre aquele filme que assistiu recentemente da Nouvelle Vague ou o novo lançamento da Netflix - isso quando não está ocupado tentando persuadir as pessoas a assistirem Hamilton. Já é madrugada, e o pequeno Lucas, agora já grande, bebe sua cerveja enquanto recita os solos do Javert e ouve sua playlist de cinema do Spotify.
Às vezes fico pensando, quando fazemos uma montagem de nossas lembranças em nossa mente, o quanto usamos o efeito Kuleshov.
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