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Reals?

Quantas vezes você acessa o Instagram em um dia? Como se sente postando e rolando os infinitos stories? E quando seu post não recebe a quantidade de likes que você desejava, como você se sente? Em um dia em que a Wi-Fi cai, como você lida? Se você não consegue postar aquela foto que quer tanto, ou atrasa, qual o sentimento? Qual o real valor do seu reels? Quantas perguntas mais para traduzir o fluxo de informação da Internet hoje em dia? Voltemos um pouco. Há décadas atrás, as gerações agora mais antigas viviam sem computador, celular, redes sociais, IAs, nada das inúmeras facilidades que a Internet nos proporciona hoje em dia. A comunicação, assim como muitos aspectos da sociedade, evoluiu muito com o passar do tempo. Não necessitamos mais (necessariamente) mandar cartas para nos comunicarmos com nossos amigos, temos o WhatsApp e o Instagram. Vinis, fitas VHS e até CDs e DVDs já caíram em desuso. A tecnologia nos proporciona facilidades como os streamings - para que ir no cinema se po
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Revisitando Filmes #4: Betty Blue (1986)

Há algo mágico no audiovisual. Enquanto o teatro registra o momentâneo - não importa se é a mesma peça, o mesmo elenco, o mesmo figurino, cada performance será única - a imagem congela o tempo. Ao assistirmos a um filme, aquele filme nunca vai mudar. Ao tirarmos uma foto, aquela foto nunca vai mudar. Isto por si só já influencia a experiência de consumir a arte e nossa relação com ela. E indo além da arte, quem nunca tirou uma foto de um momento especial e a revisitou em momentos futuros? Aquele sentimento de nostalgia e carinho, de que, não importa o que tenha acontecido depois, aquele momento está congelado em sua frente, seja na sua rede social, em mídia virtual ou física. (Crédito: Divulgação - Gaumont) Betty Blue é um filme francês de 1986, um filme cult que marcou sua geração. O enredo é simples: Zorg e Betty são um casal jovem na casa dos 30 anos que vivem sua juventude. A história acompanha o período em que estiveram juntos, começando após uma semana de terem se conhecido e seg

Revisitando Filmes #3: Martyrs (2008)

A primeira coisa que fiz, antes de começar a escrever, foi demarcar os primeiros dois parágrafos e inserir a imagem. Particularmente sobre este filme em questão, a imagem é algo essencial. Não aqueles frames gores, de tortura ou de perseguição psicológica, mas a simples (ou deveria dizer complexa) imagem do vazio existencial, que permeia a história inteira. Dito isso, comecemos. (Crédito: Divulgação - Wild Bunch) (ALERTA DE GATILHO PARA PESSOAS SENSÍVEIS - E SPOILERS!) Martyrs há anos é um dos meus filmes de vida, e revisitá-lo não foi tarefa fácil, mas me dei conta que, quanto mais adultos nós somos, mais ele mostra suas reais camadas. Falar muito sobre a sinopse iria estragar a experiência de assistir, mesmo a primeira metade. Ainda que mais simples tematicamente, o primeiro ato, a vingança de Lucy, já traz indícios do conflito real vs virtual. Toca em assuntos como saúde mental, depressão, suicídio, trauma e nos introduz a um "monstro" que persegue a garota durante a prime

E agora?

Crédito: Divulgação - The Walt Disney Company Um super-herói está em mais um dia de sua vida, salvando a cidade, quando, em dado momento, o multiverso colide e inúmeras variantes surgem, incluindo variantes de si mesmo e de outros personagens, vividos por atores de filmes antigos, a maioria fazendo uma ponta um cameo nostálgico. Essa poderia ser a sinopse de inúmeras produções, para citar algumas, Homem Aranha: Sem Volta para Casa, Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, Homem Formiga e a Vespa: Quantumania, The Flash, possivelmente Deadpool 3. E se não são esses moldes, certamente haverá alguma participação especial aqui e ali - WandaVision, Loki - ou em alguma cena pós-créditos - As Marvels. E mesmo que não se trate necessariamente sobre multiverso, pode-se simplesmente jogar personagens em tela que cumprirão um valor de nostalgia - Indiana Jones e o Chamado do Destino, Jurassic World: Domínio, Jogos Mortais X e os inúmeros reboots de terror que partem do final do primeiro título.

Jogos Mortais VI e o valor da arte

(Crédito: Divulgação - Lionsgate Films) Arte é catarse. Arte está intimamente ligada à expressão e aos sentimentos. O que torna uma obra boa ou ruim? Essa subjetividade sempre foi algo que me atraiu muito, afinal, o que é a boa arte? À primeira vista é uma pergunta fácil. Se pegarmos os critérios técnicos, nada será melhor do que os clássicos - que música é melhor do que a música erudita? Que filme é melhor do que os de Fellini, Godard, Bergman, Almodóvar...? Mas aí entra outro aspecto, o social. Falemos sobre filmes europeus. Sem dúvidas, são filmes muito bem feitos e marcantes na história do cinema, mas é inevitável entrar no tópico eurocentrismo - às vezes, ao olharmos mais para esse recorte, deixamos de lado muitas narrativas incríveis. O cinema asiático (que ainda assim possui um destaque maior, graças a obras como Oldboy e Parasita), o cinema islandês, iraniano, sul-africano, indiano - Bollywood é a maior indústria cinematográfica e permanece apagada perante Hollywood. Inclusive

Revisitando Filmes #2: Oldboy (2003)

 "Ria e o mundo rirá com você. Chore e chorará sozinho." (Alerta de spoilers) Oldboy pode não ser um grande blockbuster de ação, pode não ter o maior orçamento do mundo, mas é um filme grandioso em sua estrutura e condução, e assim, um dos melhores dramas, suspenses e filmes de ação já feitos. Uma narrativa bastante shakesperiana envolvendo vingança, incesto e muita tortura (física e psicológica) que, até o atual momento, é um dos maiores representantes do cinema coreano no cenário mundial. Uma obra-prima, e uma aula de cinema. (Crédito - Divulgação - Show East e Egg Films) Novamente, este filme já foi coberto no quadro Além da Barreira das Legendas, então essa não é uma análise propriamente. Tecnicamente é um filme impecável, sem dúvidas. Fotografia certeira, uma trilha sonora icônica, dramática, daquelas que ficam conosco e que são boas de ouvir inclusive fora do contexto do filme (saudade de trilhas assim). Uma direção soberba de Park Chan-wook e uma atuação espetacular de

Revisitando Filmes #1: O Pacto (2001)

2023 tem sido até então o ano mais desafiador da minha vida. 2022 e 2023, mas em particular 2023. Me perdi e me encontrei inúmeras vezes, tanta coisa aconteceu - inúmeros giros em 360º e plot twists, surpresas boas, situações inesperadas, momentos complicados... Nesse contexto, decidi reassistir a alguns filmes importantes para mim, meus filmes de cabeceira. Comecei com O Pacto (mais conhecido como Suicide Club), e não podia ter feito escolha melhor. Inicialmente estava um pouco receosa dado a temática e o conteúdo forte (e gráfico em alguns momentos), mas botei o DVD e encarei a experiência. Já fiz uma análise mais aprofundada desse filme tempos atrás, no quadro Além da Barreira das Legendas, então esse texto é um comentário atual e transcrições de sentimentos e impressões de modo geral. (Crédito: Divulgação - Omega Pictures) (Alerta de gatilho, dado ao tema, e spoilers) A primeira impressão que fica é relativa à temática. Suicídio é um tópico muito sensível, especialmente para o Japã