São 00:30 e acabei de assistir ao último filme de Chadwick Boseman, A Voz Suprema do Blues (disponível na Netflix). Fazia muito tempo que não chorava tanto. A Voz Suprema do Blues conta um fragmento real da vida da cantora Ma Rainey, quando ela e sua banda gravaram algumas canções em estúdio, entre elas a que dá título ao filme (em inglês), Ma Rainey's Black Bottom. A gravação foi conturbada por diversos motivos, entre eles o atrito entre a cantora e o trompetista Levee, que queria maior liberdade criativa. Falar mais iria estragar a surpresa, mas o final está longe de ser feliz. Baseado em uma peça de August Wilson (o mesmo autor de Fences, cuja adaptação também conta com Viola Davis), o filme acerta na transposição de linguagem, e isso se reflete especialmente na direção de fotografia. A câmera transita entre os personagens de maneira bastante fluida, como se estivesse no palco - há momentos, como os monólogos de Levee, que contam com planos estáticos (e geralmente próximos) que