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Mostrando postagens de 2022

João

Há algo dentro de mim, que eu não sei o que é, que me persegue. Uma espécie de solidão. Os prazeres mundanos não me atingem. Eles me entretêm, mas se vão tão rápido quanto acontecem. É engraçado pensar nisso, o quanto nossa percepção de tempo muda de acordo com o que sentimos, né? Se fôssemos contar um minuto, duraria uma eternidade, não? Para mim ao menos sim. Era assim na feira. Eu não fazia nada demais, queria estar longe dali. Não importa onde fosse, qualquer lugar era melhor. Tanta energia reprimida em um simples ato de… carregar. Já não bastava as cargas que a vida me jogava? Minha esposa lutando para sobreviver, meus filhos me perguntando por que não nos mudávamos mesmo com a casa caindo aos pedaços - e não conseguia explicar. Infelizmente a realidade não é como os contos de fadas que eles liam. Não precisava nem ser uma mansão, não gosto de ostentações. Mas minha vida mal podia ser chamada de vida, estava longe de ser decente. Minha esposa dizia que iria ficar tudo bem, que Deu

O cinema da nostalgia

Aos poucos a vida está voltando, e um certo movimento tem chamado a atenção no meio audiovisual, especialmente nas produções hollywoodianas. Vem de antes do começo da pandemia, mas parece ter se intensificado bastante, ainda mais quando se mostrou lucrativo: o apelo à nostalgia, geralmente através do retorno de atores do passado de uma franquia. Isso, associado ao crescimento de uma ideia de "multiverso"e "variantes" (muito proliferadas pelos filmes de super-herói), tem criado um novo modo de fazer filme. O passado é sempre tentador, ainda mais quando estamos fechados em casa 24 horas por dia. Nós não temos para onde ir, e acabamos, inevitavelmente, nos lembrando de tudo que passou, das pessoas que passaram por nossa vida até então. Sejam lembranças boas ou ruins. Mas o tempo não parou, a vida continua, e precisamos tentar viver da maneira mais segura possível. Isso inclui, para roteiristas e escritores audiovisuais de modo geral, ter que adaptar seus roteiros para