Há algo dentro de mim, que eu não sei o que é, que me persegue. Uma espécie de solidão. Os prazeres mundanos não me atingem. Eles me entretêm, mas se vão tão rápido quanto acontecem. É engraçado pensar nisso, o quanto nossa percepção de tempo muda de acordo com o que sentimos, né? Se fôssemos contar um minuto, duraria uma eternidade, não? Para mim ao menos sim. Era assim na feira. Eu não fazia nada demais, queria estar longe dali. Não importa onde fosse, qualquer lugar era melhor. Tanta energia reprimida em um simples ato de… carregar. Já não bastava as cargas que a vida me jogava? Minha esposa lutando para sobreviver, meus filhos me perguntando por que não nos mudávamos mesmo com a casa caindo aos pedaços - e não conseguia explicar. Infelizmente a realidade não é como os contos de fadas que eles liam. Não precisava nem ser uma mansão, não gosto de ostentações. Mas minha vida mal podia ser chamada de vida, estava longe de ser decente. Minha esposa dizia que iria ficar tudo bem, que Deu