2019 foi um grande ano para o cinema. Um ano de filmes grandiosos, cada qual a sua maneira - seja através da magnitude ou da simplicidade. Junta-se à lista O Farol, o novo filme de Robert Eggers, diretor do recente A Bruxa. O Farol conta a história de dois faroleiros que, enquanto cuidam de um farol, acabam tendo que esperar na ilha quando imprevistos da natureza os fazem ficar presos lá. Eles acabam entrando em atritos e, gradualmente, enlouquecendo. O Farol foi vendido como um terror psicológico, mas na minha visão dialoga mais com o gênero suspense. É um filme primordialmente sensorial, com uma fotografia belíssima em preto e branco. O tamanho quadrado da tela, além de remeter ao cinema antigo, amplifica a sensação de claustrofobia proposta pelo roteiro. Este acerta em cheio na abordagem, trazendo um tom minimalista para a narrativa, junto de simbolismos e metáforas densas e pesadas. A parte sonora auxilia nessa missão, através da preferência ao silêncio e da trilha sonora